quarta-feira, 16 de maio de 2007

16/05/2007
Rodoviários ameaçam fazer greve no dia 24

Os líderes sindicais acreditam que a paralisação será inevitável diante da posição dos patrões


Jairo Costa Júnior
Caso não haja acordo com os donos das empresas de ônibus nos próximos dias, a população de Salvador deverá enfrentar mais uma greve de motoristas e cobradores no dia 24. Na manhã de ontem, a categoria se reuniu com o patronato na sede do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Salvador (Setps), no Caminho das Árvores, mas a 10ª rodada de negociações fracassou. O entendimento dos líderes sindicais dos rodoviários é o de que a paralisação será inevitável.
“Amanhã (hoje), é bem provável que os companheiros decidam pela decretação imediata do estado de greve”, revelou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário do Estado da Bahia, Manoel Machado. Hoje, motoristas e cobradores se reúnem em assembléia, pela manhã e à tarde, na sede do Sindicato dos Eletricitários da Bahia (Sinergia), na Sete Portas, para votar os indicativos da paralisação. Em seguida, por volta das 16h, a categoria sairá em passeata pelas ruas do centro.
Machado não descartou a realização de novas operações-padrão, como as que ocorreram anteontem, na Estação da Lapa e Avenida Antonio Carlos Magalhães, e que travaram o tráfego em diversos pontos da cidade, levando transtornos a milhares de usuários do sistema de transporte coletivo urbano de Salvador. Hoje, o Setps e o sindicato dos rodoviários farão a 11ª rodada de negociações, às 8h, antes das assembléias da categoria.
Segundo o diretor de imprensa do Sindicato dos Rodoviários, Ubirajara Sales, não houve avanço na proposta feita pelos 18 donos de empresas de ônibus da capital. O patronato, explicou Sales, manteve o percentual anterior de reajuste em 2,8%, mais 3% de aumento no valor de face do tíquete-refeição, mas a categoria quer 8,57% e 15%, respectivamente. “Eles (os empresários) não estão querendo ceder e a nossa posição é pela greve”, acrescentou Machado.
“Após a decretação do estado de greve, deveremos publicar edital na quinta ou sexta-feira informando à sociedade sobre a paralisação, para cumprir os trâmites legais”, explicou Sales. A partir da publicação, o Sindicato dos Rodoviários, que representa cerca de 12 mil filiados em Salvador, tem no mínimo 72 horas para deflagrar a greve de ônibus na capital, como determina a lei. “Pelos nossos cálculos, isso deve ocorrer já na madrugada da próxima quarta-feira (24 de maio)”, analisou Machado. Procurada pela reportagem, a direção do Setps não foi encontrada para comentar o assunto.
O andamento das negociações entre rodoviários e empresários caminha para o mesmo impasse visto no fim de maio do ano passado, quando os rodoviários entraram em greve, levando a questão para apreciação da Justiça do Trabalho. À época, o caso foi alvo de julgamento de dissídio coletivo e de uma liminar obrigando os rodoviários a manter 70% da frota em operação. Caso a paralisação seja oficializada, mais de um milhão de passageiros deverá ficar sem transporte na capital.

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