terça-feira, 12 de junho de 2007

TV DIGITAL MERECE NOVA LEGISLAÇÃO

Por Liliane Alves*
*Estudante de Jornalismo do
Centro Universitário da Bahia
A TV digital brasileira promete trazer além da interatividade, uma imagem e voz de alta definição, mobilidade e portabilidade, convergência entre telefonias, radiodifusão e acesso à internet, comércio eletrônico, download, disponibilidade de visualizar vários programas ao mesmo tempo, dentre outros benefícios.
Juntando todos esses benefícios parece fácil alcançarmos a tão sonhada democratização da televisão. No entanto, quais as garantias que temos que tais evoluções ocorrerão?
Apesar de proibido pela Constituição Brasileira, o atual sistema de radiodifusão é controlado pelas oligarquias formadas pelos proprietários da mídia, os quais manipulam e controlam ao seu bel-prazer tudo o que assistimos na televisão. Como se dará então a democratização da TV digital? Quais as garantias que temos de que os benefícios da TV digital não ficaram restritos a apenas uma parcela da sociedade? Sairá do bolso do consumidor os altos custos para implantação dessa tecnologia?
Com a implantação da TV digital no Brasil, a legislação brasileira de telecomunicações precisará ser revisada e aperfeiçoada para acompanhar os avanços da tecnologia.
Acontece que o atual governo pensa já ter regulamentado a TV digital através do Decreto nº 5.820, de 29 de junho de 2006, publicado em plena Copa do Mundo, o qual “dispõe sobre a implantação do SBTVD-T, estabelece diretrizes para a transição do sistema de transmissão analógica para o sistema de transmissão digital, e dá outras providências”. Esse Decreto contêm, em seus míseros 11 artigos, apenas a definição do padrão japonês de Tv digital como o escolhido para o Brasil e regras mínimas para as emissoras de TV e demais setores envolvidos.
A TV digital será marcante para a sociedade brasileira, por isso, nada mais justo do que vir acompanhada de uma lei específica para a sua regulamentação.
Essa Lei deverá regular os principais serviços da Tv digital, além de garantir as condições de competição, a obrigatoriedade de compartilhamento de infra-estrutura para a produção, a manutenção da radiodifusão universal e aberta, a ruptura da nova tecnologia com os oligopólios e assegurar os direitos dos consumidores.
Para se pensar em uma democratização da televisão é necessário começar pela informação transparente a todos aos cidadãos, do que realmente é a TV digital, quais seus benefícios e malefícios. Em seguida, repensar a real situação de inclusão social e diversidade cultural brasileira. E, a partir daí, sabemos se o Brasil está preparado para viver realmente uma “inclusão digital”.

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